O BINÔMIO IRREVERÊNCIA E TALENTO FOI O CARTÃO DE APRESENTAÇÃO DO ESTANCIANO EX-JOGADOR DE FUTEBOL ALMIRO (ALMIRO MODAS)



29/03/19 09h39   Esporte Imprimir
Rubens Marques de Sousa (prof. Dudu)



Ele surgiu no final dos anos 70 no Estanciano Esporte Clube e desde o início pensava grande e dizia que um dia a sua cidade o assistiria pela TV jogando em um grande clube do Brasil, dizia isso porque conhecia o seu potencial.

O futebol estanciano ficou pequeno para  Almiro e ele foi jogar no Itabaiana, Sergipe, CSA de Alagoas, Treze de Campina (PB) e depois de tentar no Fluminense do Rio de Janeiro, Palmeiras e Santos, encerrou a carreira no XV de Jaú (SP).

Depois que deixou Sergipe o ví jogar pela TV pelo CSA de Alagoas contra o Confiança num dia de muita chuva, mas mesmo assim ele foi bastante elogiado pela imprensa.

Almiro também enfrentou algumas contusões sérias que contribuíram para abreviar a sua promissora carreira, mas não foi somente isso, ele teve problemas com empresários, principalmente na intermediação com o Fluminense e o Palmeiras.

Quando Almiro passou (rapidamente) pelos Santos de Pelé, quem jogava lá nas divisões de base era Luis Carlos (Bossa Nova) que depois fez sucesso no Sergipe e Confiança e ainda jogou na Internacional de Limeira (SP) e no Atlético Mineiro.
Mirão (um dos codinomes) era um verdadeiro artista dentro de campo, diferente e muito do tipo convencional de atleta que corre e se movimenta mecanicamente, ele tinha uma plasticidade no gingado que chamava a atenção, como chamava a atenção também o seu vocabulário do futebolês.

 

Ele vinha de uma família de jogadores de futebol, o seu pai Miro Torres jogou no Olímpico de Aracaju (o Leão da Caserna), o seu irmão Valmiro jogou no Estanciano, e como atleta de futsal foi um dos melhores que já vi, e o seu irmão mais novo Toinho Dicá (em homenagem a Dicá, camisa 10 da Ponte Preta), aos 16 anos era titular do Santa Cruz (Estância), o Azulão do Piautinga, que assim como o seu irmão Valmiro, foi um dos grandes do Futsal sergipano.
 
Semana passada encontrei com Toinho Dicá em frente a Câmara de Vereadores de Aracaju durante o ato em homenagem a Marielle, e rapidamente falamos de futebol e política, já com Almiro encontro-o recorrentemente na cidade de Estância e é sempre uma alegria.

Tenho certeza de que muitos estancianos conhecem Almiro como pequeno empresário, mas não como ex-atleta de futebol que muito orgulhou a terra de Gumercindo Bessa e Zé de Dome.

É incrível como o futebol não deixou de povoar o imaginário de Almiro, prova é que no seu carrão tem um adesivo no vidro traseiro com a expressão, "10 de ouro", o número da camisa que passou a jogar nos finais de semana depois de aposentado.
 

Ele mantem também um campinho de futebol onde mata a saudade do futebol com seus amigos.
O fato de não ter dado certo no Fluminense, Palmeiras e Santos, não diminui o seu futebol, e como na época não se ganhava muito dinheiro com o esporte, talvez ele não tivesse hoje numa situação econômica confortável como está se tivesse permanecido jogando.


Anda e vira quando estou tomando uma cerveja em Estância, encontro ex-atletas, um deles com quem falei no início do ano foi Eduardo Antônio, ex-lateral do Santa Cruz, o rapaz sabia jogar (batia com as duas) mas não controlava o temperamento explosivo, e muitas vezes atropelou os adversários, estilo muito parecido como o de Miro (esse Miro é outro) que também tinha intimidade com a bola, mas  abdicava para baixar a lenha nos atacantes. Tanto Eduardo quanto Miro colecionaram cartões vermelhos.

Se a conjuntura deixar, uma vez por semana, sempre aos domingos, vou fazer uma homenagem a um ex-jogador sergipano.

Estou devendo uma visita a Joãozinho da Mangueira, ex-jogador do Sergipe, Confiança, Sport e Santa Cruz do Recife, Corinthians e Seleção Brasileira de Novos. Quando a visita acontecer vou escrever um poco sobre as memórias do craque.

Na primeira foto  (Associação Olímpica de Itabaiana) Almiro é último em pé, na segunda (CSA) ele é o primeiro em pé, na terceira (Treze de Campinas) ele é o terceiro em pé, e na última, iniciando a carreira no Estanciano.



Em tempo: na foto do Itabaiana o ponta direita é o ex-jogador do Santa Cruz e Estanciano, Birimbau.

Genílson Máximo