Pesquisa apoiada pela Fapitec acompanha estudantes do Proeja em documentário

Trabalho levanta motivações de permanência e desistência entre alunos do IFS



20/09/21 01h38   Educação Imprimir

O relato de seis estudantes sergipanos serviu de inspiração para uma pesquisa de mestrado que acompanha a trajetória de estudantes do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Jovens e Adultos (Proeja). Desenvolvido pela pesquisadora Juliane dos Santos, o trabalho foi contemplado com uma bolsa concedida pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE). Além da parte escrita, o trabalho conta com a produção de um documentário, disponível no YouTube e na plataforma EduCAPES.

Intitulado “Por que ficam os que ficam?: permanência e desistência de estudantes do Proejano IFS Campus Aracaju”, o projeto foi resultado de uma pesquisa-ação de parceria entre o Instituto Federal de Sergipe (IFS) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). O desenvolvimento contou ainda com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A orientação é da professora doutora Maria Silene da Silva.

De acordo com a bolsista, a motivação para a abordagem do tema surgiu através de uma conversa com duas assistentes sociais do IFS, que relataram as problemáticas sociais e estudantis vivenciadas pelos alunos do Proeja naquele espaço. “A redução dos cursos dessa modalidade de ensino na instituição e o alto índice de desistência dos estudantes do Proeja em todos os campi do IFS que abriram oferta para estes cursos foram alguns dos motivos que me fizeram inquietar e começar a pesquisar”, afirma Juliane dos Santos.

Ainda segundo a pesquisadora, as causas que, geralmente, conduzem os estudantes do Proeja a desistir do curso incluem dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, questões financeiras e psicológicas e falta de tempo para um terceiro turno. Também são apontadas dificuldades em conciliar emprego, estudo e família, em se locomover até a escola e o cansaço pós trabalho. Não ter com quem deixar os filhos, desemprego, impaciência e discriminação por parte de professores também foram alguns dos motivos apontados.

“De modo geral, há diversas causas que são impulsionadoras da desistência, mas há também os sentidos pelos quais os estudantes permanecem até a conclusão do curso. Sendo assim, é preciso conhecer esses sentidos e investir neles, trazer o estudante para mais próximo não só da sala de aula, mas dos processos formativos e deliberativos”, diz a responsável pelo projeto.

A bolsista explica também que, por conta da pandemia de Covid-19, a dinâmica de trabalho na pesquisa precisou passar por alterações. “As condições de realização durante o período de isolamento social afetaram a participação de muitos estudantes. Vários não possuíam sequer acesso à internet de qualidade para uso em videoconferências. Essas condições afetaram inclusive a equipe de produção, que se concentrou nos diretores do filme, resultando também na falta de alguns recursos tecnológicos/audiovisuais”, relata Juliane dos Santos.

Para a pesquisadora, o empenho para superar os obstáculos contribuiu para sua evolução profissional e pessoal. “Escrever uma dissertação e, simultaneamente, produzir um filme documentário não foi tarefa fácil. É perceptível o quanto ampliei minha visão e forma de atuação na realidade social. A Fapitec, por meio do apoio financeiro, possibilitou que esta travessia fosse menos árdua e difícil. Na minha condição de existência enquanto mulher, preta e pobre, o incentivo concedido foi fundamental para um bom desempenho da pesquisa”, conclui.

Produção

A realização do documentário que integra a pesquisa é assinada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (PROFEPT/IFS), Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Cinema (PPGCINE/UFS), Programa Interdisciplinar de Cinema e Educação (NICE/UFS), Núcleo de Trabalho e Estudos em Educação Profissional e Tecnológica e Cinema (NEPTCi/IFS), Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão (PROPEX/IFS) e Pró-Reitoria de Extensão da UFS (PROPEX/UFS).

Com duração de 49 minutos, o curta-metragem “Por que ficam os que ficam?” pode ser conferido através do link: https://bityli.com/GkgzVt. O encarte do filme pode ser acessado na plataforma EduCAPES (https://bityli.com/KFknio) e a dissertação de mestrado se encontra na plataforma Sucupira (https://bityli.com/WLWqYn).

 

Agência Sergipe Notícias