No mês da água, a Estância que eu quero.



08/04/19 05h02   Artigos Imprimir
Paulo André Fontes Nascimento

 

 

 

 

           Caro leitor, hoje com maturidade e maior discernimento das coisas olho para a minha cidade e observo o “quantum” de oportunidades que teremos pela frente. Quem nos acompanha nas nossas argumentações sabe que visionamos e trabalhamos diuturnamente por uma cidade maior, mais justa e necessária.

 

É claro que para tanto, temos que ajustar algumas situações gritantes que não dá mais para aceitar a exemplo da política legislativa municipal, já não dá para aturar numa nova cidade os oligarcas de sempre, entendemos que o rodízio político seja iminente, porém, percebemos que algo tem sido feito positivamente e deve ser reconhecido, mas não repetido. Não há sequer um edil que se identifique e/ou seja comprometido com a causa ambiental, em outras palavras, com o futuro dos nossos munícipes!

O que quero com isso, é chamar a atenção para a cidade do porvir!; A Estância que temos, é a cidade que queremos?

Convido você agora para debruçar-se sobre um assunto negligenciado politicamente mas, que nos é demais importante, “o sangue” que corre nas veias da princesa do Piauitinga. Exatamente, isso, os nossos recursos hídricos.

O que seria nossa rainha do Abaís sem nossos mananciais? Somos agraciados por Deus em tudo, a fauna abundante, a flora pujante e uma localização estratégica. Justamente por ser cortada pelas águas que tanto necessitamos, para tudo!

Nossa cidade cresce a cada dia, de maneira desproporcional a disponibilidade de captação e distribuição do líquido mais precioso. Com a industrialização, o comércio e serviços a agropecuária e a expansão imobiliária, diariamente são necessários abertura de mais poços, açudes, captações, e irrigações, isso, independentetemente da prestação de serviço do nosso compromissado SAAE- Sistema Autônomo de Água e Esgoto, criado em 1967 pela lei 274/67 e para este colunista, a mais importante e estratégica empresa/autarquia do município, merece minhas congratulações, Sem ela, tudo nessa cidade para, tudo!

Voltando ao raciocínio de origem, vislumbro uma cidade inteligente, que saiba explorar e preservar seus dotes, reaproveite seus resíduos, plante e preserve o que temos; que não deixe de ser progressista, pois, hoje em dia, dá sim para equilibrar desenvolvimento com ambientalismo, mas, nunca desista de ser gigante pela “própria natureza”; não dá para negar que o estanciano carece do vanguardismo administrativo, vamos trabalhar? Nossos descendentes merecem uma cidade que tenha atrativos e oportunidades, é para isso que investimos tanto, os levamos à escola e matriculamos nos diversos cursos. Eles serão os futuros operadores do município, proporcionalmente ao nosso sacrifício, cada minuto de aprendizado, na lógica, deve ser revertido em favor da nossa comunidade e portanto, entendemos necessário preparar o terreno para nossos meninos e meninas.

Nossa Estância foi, é e será sempre destaque no que se propor, porém devemos apresentá-la positivamente, sem receio de concorrência, temos um vasto e verde território, mananciais diversos, rios representativos e um mar vislumbrante! Mas não podemos nos enganar, devemos observar  a realidade e entender que o Piauitinga e seus afluentes estão sobrecarregados, na zona rural assoreado e no seu trecho urbano, gravemente poluído. Ao olharmos por dentre sua bela mata ciliar, facilmente encontraremos esgotos sem o devido tratamento e córregos contaminados, entulhos e amontoados urbanos que roubam a paisagem e não nos orgulha nem um pouco quanto ao vislumbrarmos os seus impactos no futuro. É preciso reverter essa situação!

Já passou do momento de investirmos fortemente em despoluição e reestruturação dos nossos sistemas hídricos naturais e artificiais, a bacia do rio Piauí é fundamental para projetarmos a “ Grã Estância” que sabe crescer com astúcia, de olho na sustentabilidade e que oferece aos seus munícipes a condição de utilizar das nossas águas sem receio de contaminação, vislumbrando das paisagens ribeirinhas turisticamente e culturalmente que orgulhe o turista e o pescador, que não tenhamos vergonha de dizer: “ Essa é a minha cidade, que nasci ou escolhi para viver, produzir e quero morrer!”

Esperamos contudo, que o novo “Plano Diretor Municipal” seja generoso com nossos recursos hídricos e que os próximos governos cumpram à risca o que a lei ambiental determina; que a população saia da zona de conforto e possa manifestar-se, fiscalizando, cobrando, a correção e a lisura nas ações públicas. Por fim, saibamos que preservar as nossas águas para garantir o nosso futuro!

 

 

Paulo André Fontes Nascimento

 

É estanciano, ativista político, perito ambiental, graduado em História, pós-graduado em gestão e planejamento de projetos sociais e bacharel em Direito.

Folha da Região NE